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Ivon Costa

 

Imagem relacionadaAs igrejas cristãs dos primeiros dias enfrentaram dificuldades, lutas e sofrimentos de toda sorte. Nas páginas imortais do Evangelho encontramos valorosos testemunhos de personagens anônimas, que a história não registrou, mas que foram, ao lado daqueles que mais se distinguiram, os pilares de uma nova era, que ficariam como base para toda a Humanidade.

Nesse labor evangélico, além dos apóstolos que pontificaram na vivência e pregação dos postulados cristãos, ressalta o portentoso vulto do apóstolo dos gentios, que fez da sua vida um ministério sublime de dedicação integral a Jesus, a partir do momento em que o Senhor lhe surge às portas de Damasco.

Os tempos apostólicos, todavia, se foram no “continuum” do próprio tempo e deles ficou o legado precioso dos exemplos e testemunhos de um pugilo de Espíritos missionários, convocados por Jesus para secundá-Lo nas horas iniciais.

As tricas farisaicas, porém, ainda persistem nas criaturas humanas, constituindo a sombra que necessita ser extirpada, a fim de que a mensagem do Cristo venha a ressumar da ganga das adulterações que tem sofrido, possibilitando assim que a luz possa brilhar e iluminar os caminhos, começando, como é natural, no mundo interno de cada ser. O advento do Espírito de Verdade veio, no tempo próprio, despertar as consciências, acordando-as para o sentido superior da vida.

Há quase um século e meio a Doutrina dos Espíritos consubstancia a promessa do Consolador, feita pelo Mestre. De novo Ele fala à Humanidade mas, como outrora, quão poucos são os que ouvem e compreendem a Sua voz. Portanto, não é de estranhar-se que, mesmo entre os que a assimilam, muitos a interpretem ao sabor de suas paixões. Em meio às lutas internas, aos desentendimentos e incompreensões jaz o ser humano, ontem como hoje, tentando vencer as sombras que o atemorizam, mas sem conseguir avançar com lucidez, discernimento e sem apegos.

São tempos difíceis, são tempos extremamente pragmáticos. Somente as excruciantes carências humanas conseguirão despertar o cerne dos sentimentos e da razão para a imprescindível e urgente espiritualização.

Mais que nunca o mundo atual configura a arena dos espetáculos de sacrifícios, onde as feras são as paixões avassaladoras, gerando a violência em todos os seus níveis, embora também, em muitos momentos ela se mostre em jogos de sedução para atrair os que, incautos e invigilantes, se deixam arrastar às antigas práticas, das quais, em verdade, não se libertaram, mesmo diante do convite decisivo para o banquete espiritual que o Espiritismo apresenta, em nome Daquele que é o Caminho da Verdade e da Vida. Diante desse quadro de aflições e provas, contudo, refulge a palavra do Mestre nos conceitos luminosos da Doutrina Espírita e aqueles que a estão vivenciando e difundindo são os autênticos semeadores das verdades eternas, com responsabilidades definidas em programações que antecederam a presente reencarnação.

Imensa é a tarefa, belo e luminoso o objetivo e grandiosa a caminhada. Entretanto, compreensíveis são as desistências, as defecções, a interpretações duvidosas, os equívocos enfim, que surjam no trajeto de muitos.

O que se espera dos tarefeiros é a fidelidade a Jesus e a Kardec.

O Mestre permanece como nosso paradigma, sendo guia e modelo para toda a Humanidade.

Assim, prossigamos no trabalho, onde quer que seja, pois grande é a seara e servir sempre deve ser o nosso ideal maior.

Que nossa conduta individual expresse a nossa fé iluminada pela razão e que agora propele-nos ao convívio harmonioso em nossas fileiras, onde a tolerância e a fraternidade imperem acima de pontos de vista e de quaisquer apegos.

Vale a pena prosseguir, perseverar, realizando o que nos compete fazer, apesar de tribulações, conflitos e tudo o mais que possa surgir, pois Jesus nos espera, para o grandioso banquete da Era Nova.

Ivon Costa

(Psicografada por Suely Caldas Schubert, em Juiz de Fora (MG) em 16 de novembro de 2000)