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Léon Denis desencarnou cego aos 81 anos, deixando obras monumentais que consagram definitivamente a vertente filosófica da Doutrina Espírita. “O Além e a Sobrevivência do Ser”, “Cristianismo e Espiritismo”, “Depois da Morte”, “O Grande Enigma”, fazem parte dessa inigualável safra cujo carro-chefe é “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, traduzido para o português, em 1919, pela FEB – Federação Espírita Brasileira.

Escritor, conferencista e médium, Léon Denis arrebatava multidões, sempre amparado por lúcidos benfeitores espirituais em que se destacava Jerônimo de Praga, companheiro de ideal cristão de João Huss que mais tarde retornaria às lides carnais como Allan Kardec.

Não vagueava a esmo pelos escuros labirintos dos dramas humanos com interpretações subjetivas, ora transbordando fel e pessimismo, ora propondo soluções inconsistentes. Valeu-se do raciocínio retilíneo sustentado em fatos.

Seus textos possuem extremo poder de convencimento.

Quando trata das “vidas sucessivas”, aborda o exemplo das crianças-prodígio para descaracterizar a lei de hereditariedade como única explicação para os fenômenos do comportamento, chamando-nos a atenção diante dos riscos das “sutilezas da casuística materialista”.

Cita os casos de Pepito Arriola, menino espanhol, que com menos de 3 anos arrebatou o Palácio Real de Madrid com sua genialidade musical e do engenheiro sueco Ericson que, com apenas 12 anos era inspetor no Grande Canal Marítimo de Suez, administrando 600 operários, entre outros.

Ao descrever o “amor”, dá um caráter prático a esse sentimento divino cujos “raios refratados” são “o amor conjugal”, “o amor materno”, “o amor filial”, “o amor da pátria, da raça, da humanidade”…

Desmistifica a “morte”, fazendo-a “uma simples mudança de estado”. Retira a moldura tétrica que reveste o fim da vida biológica, implode com os dogmas que geram pavor diante da desencarnação, dando-nos a certeza da Eternidade, do amparo que recebemos e da paz que nos envolve, quando fazemos da vida um hino de respeito às leis de Deus.

Há no livro um elenco de temas sedutores, tais como: “A evolução do pensamento”, “A vida no Além”, “A consciência – O sentido íntimo”, “O livre-arbítrio”, “A dor”…

O aprofundamento das obras básicas trazidas por Allan Kardec passa, obrigatoriamente, pela leitura das publicações de Léon Denis. Há uma íntima associação de princípios entre os dois e até mesmo nos nomes: Kardec chamava-se Hippolyte Léon Denizard Rivail.